Setembro 16, 2025
Bebemos água todos os dias, quase sem pensar. É um gesto simples: pegar num copo, beber, seguir em frente. Mas o que acontece depois? Para onde vai essa água? Como circula dentro de nós? E porque é que cada gole é tão vital para a vida?
Tal como no planeta a água move-se num ciclo sem fim — evapora, condensa e regressa em forma de chuva — também no nosso corpo existe um percurso invisível, constante e fascinante. Cada vez que bebemos, iniciamos uma viagem que começa numa célula microscópica e termina quando a água sai, transformada, em forma de urina, suor ou lágrimas.
Tudo começa no momento em que a água entra pela boca. Ela percorre o esófago e chega ao estômago, onde ajuda a dissolver e a transportar nutrientes. Mas é no intestino delgado que acontece a verdadeira absorção. Ali, milhões de vilosidades microscópicas funcionam como pequenas “antenas” que captam a água e a enviam para a corrente sanguínea.
Em apenas alguns minutos, o que bebemos pode estar a circular no sangue. No sangue, a água não é passageira, é condutora. Transporta oxigénio e nutrientes para as células, regula a temperatura corporal, lubrifica articulações, protege órgãos e ajuda a eliminar resíduos.
Curiosamente, a velocidade desta absorção depende de fatores como a temperatura da água, a presença de sais minerais ou até a prática de exercício físico. Uma água mineralizada e de boa qualidade é mais facilmente assimilada pelas células, enquanto uma água “pobre” pode passar pelo corpo sem cumprir bem a sua função.
Uma vez no sangue, a água torna-se muito mais do que líquido: passa a ser o principal meio de transporte do corpo. Aproximadamente 90% do plasma sanguíneo é água, o que permite levar oxigénio dos pulmões até aos tecidos, transportar nutrientes absorvidos no intestino para as células e recolher resíduos que precisam de ser eliminados.
A água no sangue também é o nosso termóstato natural. Ao transpirar, o corpo utiliza-a para manter a temperatura estável. É por isso que a desidratação, mesmo leve, pode causar tonturas ou queda de desempenho físico e mental: sem água suficiente, o sangue torna-se mais “espesso” e circula com mais dificuldade, comprometendo todas as funções vitais.
No coração de tudo: a célula
Quando a água chega às células, cumpre o papel mais delicado de todos. Cada célula é como um pequeno laboratório: é nela que se produzem energia, enzimas, hormonas e sinais elétricos que permitem o funcionamento do organismo.
Dentro da célula, a água participa em praticamente todas as reações químicas. É solvente, meio de transporte e regulador. Os minerais presentes na água, como o magnésio e o potássio, são fundamentais para que ela consiga atravessar a membrana celular e manter o equilíbrio interno.
Quando as células estão bem hidratadas, o corpo sente energia, clareza mental e vitalidade. Quando não estão, surgem sintomas de alerta: fadiga, dores de cabeça, dificuldade de concentração, irritabilidade. O corpo pede água muito antes de chegar à sensação extrema de sede.
O processo de limpeza
Depois de alimentar as células, a água cumpre uma segunda missão: limpar. Carrega resíduos metabólicos e toxinas até aos rins, que funcionam como filtros de altíssima precisão. Diariamente, os rins filtram cerca de 180 litros de sangue, recuperando o que é útil e eliminando o que não serve.
Parte da água volta ao sangue, para manter o ciclo em movimento. Outra parte segue para a bexiga, transformada em urina, levando consigo sais, ureia e substâncias de que o corpo precisa de se libertar. É também através da urina que percebemos o estado da nossa hidratação: quanto mais clara, melhor; quanto mais escura, mais urgente é beber.
E este não é o único caminho de saída. A água deixa-nos ainda através do suor, das lágrimas, da respiração. Estima-se que perdemos entre dois a três litros de água por dia, mesmo sem grandes esforços — por isso a reposição constante é indispensável.
Num momento, a água é energia dentro da célula; no seguinte, é gota de suor a arrefecer a pele; depois, lágrima que protege os olhos. Tal como na natureza, também em nós nada se perde: tudo se transforma. O corpo humano é, de facto, um microcosmos do planeta Terra — ambos feitos, em grande parte, de água em movimento.
Escolher a qualidade da água
Perceber este ciclo é compreender que beber água não é apenas um ato mecânico para saciar a sede. É um gesto de vida: cada gole leva energia às células, cada gota participa numa dança que sustenta todo o organismo. Por isso, a qualidade da água que escolhemos importa.
Na VOA acreditamos que a hidratação é um ato de consciência. A água pura, mineralizada e viva não alimenta apenas o corpo — apoia o equilíbrio físico, mental e emocional. Ao cuidarmos da água que colocamos dentro de nós, estamos a cuidar da vida em todas as suas formas, da primeira célula ao último instante do ciclo.
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